sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Como eu refaria Megaman X4 ao X6


É, eu ia fazer isso em vídeo, mas acabou que eu fiquei sem saco pra montar um vídeo pro script que eu tinha feito pra ler, portanto isso se tornou um post do meu novo blog. Acho que eu vou deixar aquele canal só pra let's plays, eles por si só já têm me dado uma puta duma dor de cabeça. Sim, eu sou um desgraçado preguiçoso mesmo, eu sei.

Pois então, Megaman X... Com certeza uma das mais famosas entre as séries de Megaman, e também uma série bem controversa, digamos assim. Quando se trata de discutir a qualidade de Megaman X como um todo, é notável que essa série possui alguns dos melhores e mais queridos títulos da franquia Megaman como um todo na sua biblioteca... E alguns dos piores também, e mais alguns outros jogos que dividem opiniões, uns defendem, outros criticam e por aí vai. A minha opinião sobre essa série é bem simples: Todos os jogos da série X são bons em níveis variáveis, uns são ok, outros são bem legais, e tem aqueles que são sensacionais puta que pariu para tudo o que você tá fazendo aí e joga essa merda agora mesmo!

... Exceto o X6 e o X7, esses aí são tão bons quanto pegar câncer de próstata e ser examinado pelo Sonic.

De qualquer forma, esse post vai ser focado em três jogos específicos dessa série: Megaman X4, X5 e X6. A trilogia de Megaman X do PS1, que por si só meio que divide opiniões também. Megaman X4 é considerado um dos melhores jogos da série pelo menos pela maioria das pessoas, o X5 tem quem ame e quem odeie, e o X6 é normalmente visto como um dos piores jogos da série tanto pelos críticos quanto pela comunidade de Megaman de modo geral... E por mim, obviamente. Se o meu let's play dessa bomba não deixou isso claro o suficiente.

Como já diz o título, neste post eu irei discutir como eu refaria os três jogos em questão, do modo como eu acredito que eles ficariam melhores. No caso do X4, é mais porque podia ter sido ainda melhor do que o jogo excelente que ele já é, no do X5 porque ele é um jogo bom que podia ter sido bem melhor, e o X6... Bem, cês já sabem. O motivo de ser esses três jogos apenas e não os anteriores junto? Bem, porque o maior foco desse quadro [?] do blog é o enredo dos jogos, apesar de não se limitar só a isso, se eu tiver ideias pra melhorar o gameplay e outras áreas, eu assim as citarei. Mas acho mais fácil dar mais atenção pra história em um post desses porque o gameplay é algo que... Bem, eu teria que desenvolver o bagulho e ver ele em prática mesmo pra ter certeza absoluta de que funcionaria tão bem quanto parece funcionar na minha cabeça.

De qualquer forma, Megaman X4, X5 e X6 são os três jogos da franquia que tentaram dar um pouco mais de foco nas suas tramas em comparação com os três primeiros que... Bem, tinham suas histórias lá, mas elas eram contadas de uma forma bem minimalista. No máximo o X3 tem um pouco mais de presença de narrativa, mas ainda assim não é tanto quando os jogos que vieram depois dele. Dito isso, eu acho que as histórias dos três primeiros Megaman X são ok do jeito que elas são, enquanto as do X4, do X5 e do X6... Têm seus problemas, com certeza, especialmente a do X6, mas eu vou chegar nela. Então já aviso que pra entender as propostas de história aqui, você tem que já saber de antemão do que se trata a série Megaman X e como são as histórias dos três primeiros jogos dela, porque explicar elas aqui fugiria do tema do post.

E antes de começar, vamos estabelecer a única regra que esses remakes hipotéticos devem seguir, porque se não vira bagunça e eu vou poder fazer qualquer merda que me desse na telha. A regra é a seguinte: Os conceitos do jogo original devem ser mantidos, o que significa que eu não posso descartar tudo e fazer um outro jogo completamente diferente do original que tenha o mesmo nome que ele. Se algum conceito em particular é uma merda, eu apenas tenho que arrumar um jeito de tornar ele mais aceitável ao invés de simplesmente removê-lo do jogo por conveniência. Se tiver mesmo que remover algo, só se for uma coisa inconsequente, que não seja muito importante pro jogo e não faria muita falta se fosse tirada.

Agora sim vamos começar!



Então tá, Megaman X4. Esse provavelmente vai ser o jogo mais fácil de lidar entre esses três, ao menos em matéria de gameplay, pois tanto o X quanto o Zero já são perfeitamente satisfatórios de controlar, com uma fluidez que é bem rara mesmo hoje em dia, mas eu vou deixar o gameplay pra depois porque o foco disso aqui é mais na história dos jogos.

Existem dois exércitos que combatem a ameaça dos Mavericks: Os Maverick Hunters e a Repliforce, ambas as organizações já trabalharam juntas pra lidar com ataques de Mavericks e outras situações perigosas diversas vezes e por fim se tornaram aliadas. Depois da derrota do Sigma em Megaman X3, um período relativamente longo de paz foi mantido e os esforços dos Hunters e da Repliforce estavam quase acabando com a ameaça dos Mavericks de vez.

Porém, tudo mudou no dia em que a cidade flutuante de Sky Lagoon foi atacada por Mavericks, que sabotaram o gerador de energia da cidade e fizeram com que ela caísse bem em cima da cidade logo abaixo dela, causando inúmeras mortes e uma destruição imensurável. A Repliforce havia ficado a cargo de proteger Sky Lagoon, porém seus membros foram vistos trabalhando em conjunto com os Mavericks que causaram essa destruição, e quando a unidade dos Maverick Hunters liderada por X, Zero e Magma Dragoon foi enviada até lá, eles encontraram resistência de ninguém menos do que os próprios soldados e máquinas da Repliforce que misteriosamente os atacaram.

Após o incidente, Magma Dragoon desapareceu sem dar nenhuma satisfação para o quartel dos Maverick Hunters e até então não foi localizado, enquanto a Repliforce é tida como a principal suspeita de ter causado a destruição da Black Lagoon. O General e o Coronel, líderes da Repliforce, foram a público comentar sobre o ocorrido, alegando que eles e o resto da Repliforce não tiveram nenhuma conexão com o ataque na Sky Lagoon, porém há evidências que sugerem o contrário: Membros da Repliforce operando na área e atacando os Maverick Hunters que eram enviados, muitos deles proferindo lealdade ao General, além de ter indícios de que eles se tornaram Mavericks. Não tendo como tirar a suspeita de cima de si mesmo e da Repliforce, o General resolve cortar relações com os Maverick Hunters e os humanos, pretendendo criar através de um golpe de estado uma nação apenas para Reploids que fossem fieis à Repliforce. Apesar de não haver intenção de ferir os humanos ou os Reploids que não os apoiassem, o General e todo os eu exército ainda assim passam a ser considerados Mavericks perigosos pelos Hunters e caçados como tais, e assim se inicia a guerra entre os Maverick Hunters e a Repliforce.

Tanto a campanha do X quanto a do Zero começam tendo isso como introdução, com a Sky Lagoon sendo a primeira fase e tudo mais. Porém, depois disso as histórias começam a divergir, e agora eu vou falar da história da campanha do X.

X não acredita que a Repliforce realmente tenha causado o incidente da Sky Lagoon, apesar das evidências indicando que tenham sido eles mesmos. Vendo que a maioria dos Maverick Hunters, incluindo o Zero, vão estar ocupados lutando contra a Repliforce, X decide reunir uma pequena equipe composta por pessoas que também não querem participar desse conflito e apoiam a causa dele, o mais notável sendo um Reploid chamado Double que age como operador, e resolve iniciar uma investigação pra descobrir o que realmente aconteceu em Sky Lagoon. Não demora muito tempo até a equipe do X descobrir atividades suspeitas de Mavericks em 8 localizações diferentes, entre elas um vulcão onde afirmam que o Magma Dragoon foi visto, e com isso o nosso herói inicia a sua investigação.

Durante a sua missão, X acaba encontrando Magma Dragoon de novo, que confessa ter sido o responsável pela destruição de Sky Lagoon, mas quando X pergunta quem o ordenou a fazer isso, ele diz que foi o próprio General. Segundo Magma Dragoon, a Repliforce há muito tempo já planejava se tornar independente e aquele incidente foi orquestrado por eles como uma desculpa pra esse plano começar a ser colocado em prática. Forçando os Maverick Hunters a ter que decidir entre continuar a aliança e se juntar ao plano deles ou vê-los como inimigos, ao mesmo tempo que mantendo uma imagem relativamente boa pra uma quantidade considerável de Reploids, que viram a acusação como injusta e resolveram ficar do lado da Repliforce. O próprio Magma Dragoon concordou em ir pro lado deles porque assim ele finalmente teria a chance de lutar contra o X usando todas as suas forças, algo que ele sonhou em fazer desde que o robô azul foi descoberto.

Apesar da revalação, X ainda quer investigar o caso mais a fundo, pois ele continua com a sensação de que há mais do que o que se pode ver nessa situação, e também não consegue acreditar totalmente na história que o Magma Dragoon contou. Independente de qual for, o último dos 8 Mavericks que o X derrotar vai ter soldados e máquinas da Repliforce na sua fase, e depois de X o derrotar, ele descobre que o meliante tinha uma amostra do vírus dos Mavericks com ele, assim como os robôs da Repliforce que o atacaram ali obviamente estavam infectados pelo vírus, assim se tornando Mavericks. Com uma nova evidência que inocenta a Repliforce do incidente da Sky Lagoon, X vai até a base dos Hunters e pede pra que parem a guerra, afirmando que os dois lados estão sendo manipulados a lutar um contra o outro e mostrando a evidência de que isso foi tudo obra de um Maverick de fora da Repliforce ou dos Hunters.

Dessa forma, X consegue fazer com que os Maverick Hunters e a Repliforce parassem de lutar, porém a treta ainda tá longe de acabar, pois o General, o Coronel e o restante da Repliforce que ainda deseja independência estão prestes a ir ao espaço com a intenção de ativar a estação espacial da Repliforce, a Final Weapon, que tem poder suficiente pra destruir a Terra toda. Por que o General e o Coronel decidiram fazer algo tão extremo quando o X estava tão perto de acabar com esse conflito? Isso é uma coisa que será respondida depois, porque agora eu vou ter que mudar pra campanha do Zero, porque depois de derrotar os 8 chefes, os dois personagens se envolvem nessa reta final da Final Weapon. Por agora, vou contar a história da campanha do Zero até esse mesmo ponto.

Zero, que andou tendo sonhos estranhos relacionados à sua criação pelas mãos de um cientista misterioso que quer que ele mate alguém em específico, só que com as suas lembranças não muito claras e parando por aí, resolve lutar ao lado dos Maverick Hunters contra a Repliforce. Apesar dessa decisão, Zero está conflitado porque muitos dos chefes da Repliforce eram seus amigos antes dessa confusão, em especial o Coronel e a sua irmã Iris, uma garota Reploid com quem o Zero acabou criando uma amizade após participar de algumas operações em conjunto com a Repliforce nas quais ela era a sua assistente. A própria Iris acabou ficando do lado do Zero nessa situação em retribuição a ele tê-la salvo durante o incidente da Sky Lagoon e age novamente como sua assistente, mas ainda se preocupa com o seu irmão e teme que ele e Zero vão acabar tendo que se enfrentar.

Na medida em que a história progride, a relação entre o Zero e a Iris vai sendo mais explorada, com os dois tendo mais diálogos sobre a situação toda e outras coisas também. Zero se sente mal por estar sendo forçado a destruir aqueles que um dia já foram seus aliados, voltando a ter memórias sobre a sua suposta criação com o propósito de ser uma máquina de morte, e dizendo que pode acabar tendo que destruir o Coronel. Nisso, a Iris oferece seu apoio a ele, garantindo que seja lá qual for o propósito pro qual ele foi criado ou quem foi o seu criador, o Zero que ela conhece é um Reploid gentil que luta pra proteger os inocentes, e ela acredita que ele vai conseguir fazer com que o Coronel desista dessa guerra, prometendo que vai ficar do lado dele não importa o que acontecer.

No meio da campanha, Zero acaba enfrentando o Coronel após ser desafiado pelo mesmo a aparecer no Hall Memorial. Zero tenta conversar e mandar o Coronel parar com o golpe, porém o Coronel questiona os métodos dos Maverick Hunters e qual seria o motivo deles considerarem a Repliforce um grupo de Mavericks quando eles não pretendiam fazer mal a nenhum humano ou Reploid, apenas querem construir uma nova nação e viver independentemente. Se for por essa nação representar algum perigo pra eles, então o próprio Zero deveria ser considerado um Maverick e destruído. Isso confunde um pouco a cabeça do Zero, que pergunta do que diabos ele tá falando, e vendo que seu oponente não se lembra de nada, o Coronel resolve apenas continuar lutando. Zero no meio da sua confusão acaba sendo atingido, e quando o Coronel estava prestes a dar o golpe final no Maverick Hunter, a Iris aparece e se coloca na frente do Coronel, protegendo Zero com seu corpo. Ela manda o Coronel parar e diz que Zero salvou a vida dela antes, e tudo o que o Coronel faz é se retirar, dizendo que vai poupar a vida do Zero dessa vez como agradecimento por ter salvo a irmã dele, mas que na próxima vez em que os dois lutarem, apenas um vai sair vivo.

Depois disso, a história vai seguindo normalmente com o Zero derrotando os chefes restantes da Repliforce, no meio disso ele tem umas conversas com a Iris que dão indicações de que eles estão ficando mais emocionalmente distantes um do outro, aquela promessa da Iris de ficar sempre do lado do Zero começa a parecer mais vazia em comparação com antes quando ela tinha feito. Após os chefes serem derrotados, os Maverick Hunters tentam convencer o General a se render, mas eles anunciam que irão se mover pro espaço e ativarão a Final Weapon pra destruir a Terra caso qualquer coisa que eles considerarem uma ameaça for feita por parte dos Maverick Hunters. Vendo o perigo que isso vai representar, X e Zero se juntam e vão rumo a Final Weapon pra colocar um fim nisso antes que os resultados acabem sendo ainda mais desastrosos, sem perceber que eles estão sendo seguidos pela Iris.

Então na reta final da história com X e Zero indo até a Final Weapon, eles acabam encontrando o Coronel, que se recusa a desistir da ideia de ir ao espaço e enfrenta os dois em uma luta, nenhum deles sabendo que a Iris tá olhando tudo de longe. Mesmo após ser derrotado, o Coronel não desiste da luta e corre na direção da Iris assim que a avista, usando a própria irmã como refém pra tentar fazer com que X e Zero não se metam mais nisso. O plano dele quase deu certo, porém ele não contava com o Double que também não estava muito distante dali e acertou um tiro nele de surpresa, o que fez com que ele acabasse soltando a Iris, inesperadamente tentando atacá-la logo em seguida. Isso faz com que Zero perca um pouco o controle de si mesmo e parta pra cima do Coronel, impulsivamente dando um golpe fatal nele com o seu sabre e assim o matando. Iris fica abalada e diz que sabia que isso ia acontecer, e que tentou ir atrás deles pra tentar impedir que matem o seu irmão, e o Zero acaba se sentindo horrível por ter feito isso também, apesar de não entender por que caralhos o Coronel tentou matar a própria irmã que ele sempre protegeu.

Os dois acabam tendo que prosseguir com isso até a Final Weapon onde o General se localiza. Enquanto isso, o Double acaba sendo contatado por um homem misterioso que acompanhava aquilo tudo de longe, ele pergunta o que diabos o Double tá fazendo e por que ele ajudou o X e o Zero ali, sendo que isso não era parte do plano. Double diz que não vai seguir mais o plano desse cara e pretende ajudar a colocar um fim nesse conflito, e como resposta o cara diz que isso o deixa sem escolha e aparentemente faz alguma coisa com o Double antes da tela cortar pro X e o Zero na Final Weapon. Depois de um tempo, os dois se encontram com Double, que de repente fica mais agressivo e se transforma na sua suposta forma verdadeira, então partindo pra cima dos dois e os deixando sem muita escolha se não lutar de volta e destruí-lo. X suspeita de que o Double e possivelmente o Coronel haviam sido infectados pelo vírus dos Mavericks, então a Final Weapon de repente é ativada e em cerca de 30 minutos vai disparar contra a Terra.

X e Zero correm até o General e tentam fazer com que ele desative a Final Weapon, mas ele também parece ter perdido a cabeça e os ataca, depois de ser derrotado ele se transforma de um jeito similar ao que o Double fez, confirmando as suspeitas do X de que eles tinham sido infectados pelo vírus. Eles derrotam o General definitivamente, mas descobrem que o painel de controle da Final Weapon havia sido destruído e não há como desativá-la mais, com apenas poucos minutos faltando pra ela disparar contra a Terra. Inesperadamente, o General ainda recupera uma parte da sua consciência e decide usar o seu corpo pra bloquear o tiro da Final Weapon e se sacrificar pra salvar a Terra no processo.

Então o jogo termina com essa sensação de vitória vazia, porque apesar do X e o Zero terem colocado um fim na guerra entre os Maverick Hunters e a Repliforce e impedido a Terra de ser destruída, houveram incontáveis perdas de ambos os lados, mas principalmente da Repliforce que se encontra com uma grande parcela dizimada e seus líderes mortos, sem chance da relação deles com os Hunters voltarem a ser como antigamente. A pessoa por trás disso tudo que infectou os membros da Repliforce e causou toda a guerra nunca foi encontrada, a relação da Iris com o Zero foi manchada permanentemente por esses eventos e o X teme que ele mesmo pode acabar se tornando um Maverick um dia.

Bem, isso é como eu faria a história... Mas e o jogo em si?

A primeira coisa que eu mudaria é o modo como as armas secundárias do X funcionam, porque... Por algum motivo, tem inimigos que são invulneráveis a certos tipos de armas, eles não sofrem dano nenhum e isso meio que te desencoraja a experimentar com as armas que você ganha. Afinal de contas, pra que arriscar com uma arma que não tá garantida que vai funcionar com todo mundo quando você tem o X-Buster que com certeza vai matar qualquer inimigo com alguns tiros normais ou carregados? Então eu mudaria isso, porque eu não vejo nenhum benefício em fazer certos inimigos invulneráveis a certas armas secundárias. Todas elas podem causar dano em qualquer inimigo, porém umas são mais efetivas que outras contra certos tipos de inimigos, e aí só experimentando mesmo pra saber quais são mais efetivas contra quais inimigos.

A cabeça da Fourth Armor também sofre uma mudança, ao invés dela dar munição infinita pras armas secundárias e foda-se, ela vai duplicar a munição delas, porque... Honestamente, munição infinita é meio que um overkill. E falando em overkill, as duas partes do braço da Fourth Armor estão em fases diferentes agora, a do tiro de plasma tá em um lugar bem mais difícil de alcançar, talvez até seja necessário algo como ter a parte das pernas e alguma arma específica pra chegar até ela. Porque o tiro de plasma é overpower pra caralho e eu acho bem justo exigir mais trabalho do jogador pra conseguir ele.

Agora por um motivo que tá mais ligado à história: O X e o Zero têm campanhas diferentes, com 8 chefes e fases exclusivos pra cada um a princípio. Os 8 chefes que o X enfrenta são Mavericks, enquanto os 8 que o Zero enfrenta são membros da Repliforce, o que significa que o X vai enfrentar o Magma Dragoon, o Split Mushroom, o Cyber Peacock e mais 5 Mavericks novos que estreiam nesse remake com as suas próprias fases novas e tudo mais. Enquanto o Zero vai enfrentar o Web Spider, o Storm Owl, o Jet Stingray, o Slash Beast, O Frost Walrus, e mais 3 novos chefes da Repliforce que estreiam nesse jogo. Apesar dos chefes diferentes, eles ainda vão manter os mesmos elementais e temas de fase, então as armas que o X e o Zero conseguem ao longo das suas campanhas não vão mudar muita coisa em atributo.

De resto... Uhhh... Possivelmente faria uns ajustes no level design pra ficar mais desafiador, porque Megaman X4 é um dos jogos mais fáceis dessa série, se não o mais fácil. De resto, não tem muita coisa pra mudar no gameplay desse jogo mesmo, então é isso. Próximo!


Megaman X5 deixa as coisas um pouco mais simples, porque agora eu não tenho que falar de duas campanhas diferentes, já que o X e o Zero ficam juntos durante a história toda. Dito isso, vamos lá então...

Após os eventos dos jogos anteriores, os Maverick Hunters se encontram em uma crise, com o antigo comandante se renunciando e muitos dos outros Reploids também abandonando seus cargos, enquanto outros temiam ser considerados como Mavericks e caçados por eles. Em uma tentativa de trazer a ordem de volta, o novo comandante, Signas, assumiu o posto e tornou os critérios pra algo ser ou não considerado como Maverick bem menos rígidos em comparação com antes, e se focando mais em tentar restaurar a relação dos Hunters com o restante da Repliforce, que agora se consiste em uma pequena base aérea liderada por um Reploid chamado Spiral Pegasus. Com o tempo, Signas foi ganhando de volta a confiança dos Reploids e dos humanos, e parecia que tudo havia voltado a um período pacífico.

Porém, isso não duraria muito tempo, pois acontece um novo ataque de Mavericks, X e Zero são enviados até o local e descobrem que o líder é ninguém menos do que o Sigma, que todos pensavam que havia sido destruído de vez pelo antídoto do Dr. Doppler. Após destruírem o que na verdade era apenas um terminal do Sigma sobrecarregado com vírus, a explosão faz com que esse vírus se espalhe por todo o planeta e infecte vários Reploids e máquinas por toda a parte, e por pouco X e Zero conseguem escapar. Apesar disso, muitos dos Reploids dos Maverick Hunters foram infectados, inclusive a Iris, que agora tem um tempo limitado antes de sucumbir de vez ao vírus e se perder pra sempre, o que preocupa o Zero mais do que qualquer outra coisa. Além disso, os Hunters descobrem que a colônia espacial Eurasia foi infectada pelo vírus também e tá prestes a se colidir com a Terra em 16 horas. Obviamente, os caras planejaram algo pra impedir que a colônia chegue á Terra, se trata do mecânico da equipe, Douglas, fazer um upgrade no canhão Enigma pra que o tiro dele possa destruir a Eurasia.

X e Zero são enviados pros locais na Terra onde os Mavericks que possuem essas partes necessárias pro upgrade se localizam, sendo ajudados também pela nova navegadora deles, Alia. Após um tempo, um sujeito misterioso chamado Dynamo aparece e diz que foi ele quem fez com que a colônia fosse infectada e começasse esse percurso de colisão com a Terra. Ele diz ao Zero que sabe como salvar a Iris da infecção e o segredo está justamente no corpo dele, que por algum motivo é imune ao vírus, implicando que dá pra criar algum tipo de vacina com base no corpo do Zero, mas é necessário absorver grandes quantidades do vírus pra que a imunidade dele se torne mais forte e o novo antídoto possa reverter qualquer nível de infecção. Obviamente, isso parece suspeito e nem mesmo o Zero acredita totalmente, mas ele resolve tentar entrar em mais contato com o vírus mesmo contra a vontade do X e dos outros.

Eventualmente, no meio da busca pelas partes o Dynamo ataca a base só pra gastar um pouco mais do tempo dos Hunters mesmo, e pelo visto ele nem tem motivo nenhum pra estar lutando contra eles fora o fato de que ele é um mercenário e foi bem pago pelo Sigma pra fazer isso. De qualquer forma, eles conseguem as partes do Enigma e atiram na Eurasia com ele, mas o tiro não foi forte o suficiente pra destruir a colônia, só atrasou o impacto dela em uma hora, portanto o próximo plano é fazer um deles pilotar o foguete até a colônia e bater, com a esperança de destruí-la com o impacto, enquanto isso a condição da Iris piora e o pessoal da base tá ficando de olho no Zero, que anda ficando com um comportamento mais instável. Então o X e o Zero vão lá pegar as partes dos Mavericks que tão com elas pra fazer upgrade no foguete, um desses Mavericks é o próprio Spiral Pegasus que foi infectado, o Dynamo ataca a base de novo pelos mesmos motivos e tal, depois ele é derrotado e vaza da história porque nem eu sei o que picas fazer com ele.

Depois que o foguete tiver sido upgradeado, aí sim a gente chega no momento que pode levar ao final bom ou o ruim. Não, isso não vai ser determinado pela RNG, mas sim por quantas vezes você deixou o Zero ser infectado completamente pelos vírus que ficam rodando por aí nas fases, se passou de três vezes, você vai ter o final ruim do jogo, se não chegou nesse número, então vai ser o final bom.

Vamos contar primeiro os eventos que levam ao final ruim então. O Zero pilota o foguete e colide com a Eurasia, que não é destruída e completa a sua colisão com a Terra e deixa ela quase totalmente destruída, o vírus que tava na colônia se mistura com o que o Zero tem absorvido no corpo dele, o resultado é a criação de um novo vírus e o Zero se tornando um Maverick no processo. Ao mesmo tempo, a Iris, assim como alguns outros infectados sucumbem ao vírus e começam a destruir a base, então o X sem muita escolha acaba tendo que ir lá destruir esse pessoal, destruindo por último a Iris, que pouco tempo antes de morrer recupera parte da sua consciência, pergunta ao X onde tá o Zero, tendo um silêncio como resposta e morrendo.

Com essa treta resolvida e a base segura de novo, a Alia detecta um sinal forte de vírus em uma localização específica e o X vai direto pra lá. Chegando no local, ele descobre que aquela região toda foi transformada em um ciberespaço pelo novo vírus, e também encontra um holograma do Dr. Light, dessa vez aparecendo fora de uma cápsula graças aos efeitos desse ciberespaço. O "Dr. Light" explica que ele desde o começo era uma IA que o próprio Light criou pra reproduzir a personalidade dele e ajudar o X, inicialmente com a intenção de ser um robô que tomasse o seu lugar. Mas como o Light foi piorando cada vez mais de saúde, ele percebeu que não teria tempo de vida suficiente pra construir um robô completo do zero e resolveu portar essa IA que ele tinha desenvolvido pro sistema das cápsulas com os upgrades pro X usar em casos extremos. Além disso, ele também conta ao X toda a história sobre a criação dele, o Dr. Wily e o propósito original do Zero, revelando que o vírus dos Mavericks foi criado através de modificações que o Wily foi fazendo naquela energia alienígena que surgiu em Megaman 8 e o X foi criado como uma contra-medida a essa ameaça.

Antes do X prosseguir, o holograma diz pra ele tomar cuidado, pois ele tá com um mau pressentimento e não tem certeza se vai poder fazer muito pra ajudar o X, o vírus tá aos poucos consumindo os dados dele. Eventualmente, ele encontra o Zero transformado em Maverick, tenta conversar e trazê-lo de volta ao normal, mas não adianta muita coisa, o Zero além de infectado tá completamente convencido de que a natureza dele é essa, ser uma máquina de destruição e o propósito dele é acabar com o X. Os dois acabam lutando até ficarem feridos no chão, e então aparece o Sigma e tenta matar o X, porém o Zero acaba recuperando parcialmente a consciência dele e entrando na frente do ataque do Sigma pra proteger o X, o que acaba resultando na sua morte. Antes que o Sigma pudesse tentar qualquer outra coisa, o X usa os seus últimos esforços pra atirar nele e assim o destruir, revelando que esse era apenas outro terminal do Sigma e não o verdadeiro. Então X acaba desmaiando depois de todo esse esforço e é levado de volta pra base dos Hunters.

Assim que ele se recupera e fica completamente preparado, X volta ao ciberespaço e chega até onde o Sigma está pra uma última batalha. Antes dos dois lutarem, Sigma diz que o antídoto do Dr. Doppler quase acabou de vez com ele, mas uma certa pessoa que ele conhece, e que também parece odiar muito o X, acabou conseguindo salvá-lo antes de ser completamente destruído. Só que o antídoto causou danos irreparáveis à programação do Sigma, o impedindo de poder se regenerar como ele fazia antes, o que significa que se ele for destruído agora, ele já era mesmo. Graças a isso, esse parceiro misterioso do Sigma teve que criar um corpo completamente novo pra ele, e enquanto o Sigma não ficasse completo, ele teve a ideia de criar terminais que possam fazer o seu trabalho enquanto o corpo novo não ficava pronto. Tecnicamente, o corpo novo do Sigma ainda não tá totalmente pronto, mas ele acredita que tá forte o suficiente pra conseguir acabar com o X.

Então a última batalha acontece, o Sigma é derrotado e ele tenta levar o X junto com ele se explodindo junto com o local onde eles estavam. Parecia que esse era o fim pro X, que ficou severamente danificado, mas o holograma do Dr. Light aparece novamente e resolve usar o seu tempo restante de vida antes do ciberespaço sumir completamente junto com os dados dele pra consertar o X. Além disso, ele também julgou que é melhor apagar as memórias que o X tem do Zero por elas serem muito dolorosas, e assim que ele termina o trabalho depois de uma quantidade indeterminada de tempo, ele se despede do X antes de desaparecer de vez. E quando rola um time skip de talvez uma semana pra base dos Hunters, o X não se lembra de nada relacionado ao Zero e prefere não pensar demais nisso, até porque a tarefa de reconstruir o mundo depois desse incidente com a Eurasia é mais importante no momento.

Pois bem, isso foi a rota do final ruim. Mas e a do final bom? Pra falar a verdade, muitos dos eventos são similares, então não faria muito sentido repetir as coisas aqui, mas existem diferenças significativas de qualquer forma. Rola aquela coisa do foguete e tal, mas como o Zero não tá com uma quantidade excessiva de vírus armazenada no corpo dele, ele consegue resistir ao vírus da Eurasia e o impacto destruiu a maior parte dela, apesar de vários pedaços da colônia ainda terem caído e causado um dano enorme na superfície terrestre. Apesar de terem evitado uma catástrofe maior, os Maverick Hunters ficam ainda mais desconfiados do Zero por ele aparentemente não ter sido afetado pelo vírus, principalmente quando ele relatou um tempo atrás que até se sente mais forte quando entra em contato com isso.

Acontece aquela mesma coisa com a Iris ter se sucumbido ao vírus e tudo, mas dessa vez o Zero foi lá junto com o X proteger a base e antes da Iris morrer os dois têm uma conversa. O Zero pede desculpas por ter matado o irmão dela, e principalmente por ter falhado em proteger ela depois disso, e ela não só perdoa ele como também se desculpa por não ter sido compreensiva o suficiente com ele desde a morte do Coronel. Então a Iris morre, o Zero obviamente fica muito abalado por isso e vai até o ciberespaço com a intenção de absorver todo o vírus que ele conseguir ali e se sacrificar pra impedir que mais mortes por causa disso aconteçam. O X fica encarregado de ir atrás dele e o trazer de volta pra base antes que seja tarde demais, e quando os dois se encontram novamente no ciberespaço, eles acabam se enfrentando, aí tem aquela cena com o terminal do Sigma e tal, só que o Zero sobrevive ao ataque e os dois voltam pra base.

Então antes de os dois irem até o Sigma acabar com isso, Zero permite que os cientistas da base analisem o corpo dele mais a fundo e usem as amostras do vírus pra criar um antídoto definitivo, e assim que esse antídoto fica pronto, eles voltam pro ciberespaço e nesse momento que aparece o holograma do Dr. Light pra explicar a porra toda e tal. Os dois vão lá, o Sigma fala as mesmas coisas que ele fala na luta do final ruim e o resto do final bom é quase exatamente igual ao final bom que tem no jogo original e o complemento dele caso você termine o jogo com o Zero. O Sigma tenta se explodir pra matar os dois junto com ele e o Zero acaba sendo pego pela maior parte da explosão tentando proteger o X, então o Sigma ainda tem uma partezinha viva ali que consegue dar um tiro que atravessa o corpo do X e o do Zero também, aí o Zero dá um último tiro nele e morre também. Depois o holograma do Dr. Light acaba consertando o X, só que sem a parte de apagar a memória dele, e no time skip o X ainda se lembra do Zero e de tudo o que aconteceu, e agora ele usa o Z-Saber do Zero como lembrança do seu amigo que se sacrificou não só pra acabar com o Sigma como também pra livrar o mundo da ameaça do vírus dos Mavericks de vez graças ao novo antídoto.

Acho que agora sobrou o gameplay, né? Bem... Eu não sei se mudaria tanta coisa assim, de coisa nova esse jogo já tem a possibilidade de alternar entre o X e o Zero no meio da campanha ao invés de ter que jogar o modo história inteiro com um ou outro, além de ser o primeiro título da série que tem duas armaduras pra pegar ao invés de uma. Seriam mudanças meio pequenas, como dar à Falcon Armor a capacidade de carregar as armas secundárias, fazer o tiro carregado da Gaea Armor causar mais dano e aumentar o alcance do Giga Attack também talvez deixaria ela menos inútil (desculpa, pessoal, eu realmente não gosto dessa armadura) e... Bem, tem a Fourth Armor, mas por mim ela pode ficar do jeito que tá.

Também pode remover os Reploids resgatáveis desse jogo e o sistema de vidas dele no geral, que a esse ponto já nem serve pra mais nada mesmo, então você pode morrer e tentar de novo quantas vezes quiser. O modo de obter as parts, ao invés de ser aquele bagulho todo mal explicado que tem no jogo normal, é simplesmente conseguindo derrotar o chefe da fase e passando dela com um rank alto, depois disso você pode escolher duas das quatro parts que ficam disponíveis depois de derrotar o chefe. Como no jogo original, o limite de tempo também vai diminuindo em uma hora pra cada fase jogada e os chefes vão ficando mais fortes na medida em que ele passa, mas além disso as fases também vão ficando cada vez mais infestadas daquelas cabeças de vírus do Sigma, que como eu já disse antes, vão determinar se você pega o final bom ou ruim dependendo de quantas vezes o Zero absorveu elas até ficar com uma condição completamente infectada de vírus. Se você não absorveu nenhuma dessas cabeças com o Zero, vai dar no final bom do mesmo jeito porque foda-se.

O level design ia precisar de umas mudanças também, mas eu não tô afim de detalhar muito isso porque vai deixar o texto bem maior do que precisava, mas evitar muitas seções onde você só fica esperando sem nada muito interessante acontecendo, como é meio comum no original, já tornaria as fases bem melhores. A fase do Duff McWhalen funcionaria com o mini-boss já tendo a sua barra de vida cheia e podendo ser danificado a qualquer hora, e caso você derrote ele antes de chegar até o fim daquela tela específica, você pode simplesmente prosseguir sem o auto-scroll até chegar no próximo mini-boss que também segue as mesmas regras. A fase do Squid Adler não precisa ser tão tentativa e erro naquela seção de Ride Chaser, seria mais próxima da fase do Jet Stingray onde você leva dano das coisas que te acertam lá ao invés de morrer com qualquer coisinha. Ah sim, e nem fodendo que eu deixaria aquela seção tirada da fase do Quick Man ali nas fases finais, mas nem a pau mesmo.

Enfim, pro X5 é isso aí, agora vamos finalmente falar sobre o elefante na sala...


Bem, no caso do X6, eu vou ter que falar um pouco do gameplay primeiro, porque a minha ideia é que ele meio que funcione junto com a narrativa. De qualquer forma, não vou entrar em muito detalhe sobre as fases em si porque literalmente todas as fases disso por mim seriam refeitas, mas suponhamos que elas teriam um level design no nível do primeiro Megaman X ou do X4 com um aproveitamento muito melhor dos conceitos delas, só que um bocado mais desafiadoras em comparação com as fases dos dois jogos mencionados aí. Com desafio legítimo, que vem das fases sendo montadas de modo que exija mais habilidade do jogador pra lidar com os layouts e as gimmicks, ao invés de desafio causado por level design ruim que muitas vezes anula o desafio te dando um monte de recuperação de vida, como acontece no X6 original.

Não tem o Zero aí, esse é um jogo solo do X, mas ele tem um combo de sabre e as armas dos chefes (que também seriam bem diferentes das armas inúteis que o jogo original tinha) dão um novo tipo de tiro pro Buster e um golpe pro Z-Saber respectivamente, tornando esse o X mais versátil da série toda pra balancear o desafio aumentado em comparação com os jogos anteriores.

A Blade Armor e a Shadow Armor são perfeitamente ok do jeito que tão, então não tem muito motivo pra mexer com elas, a Falcon Armor eu tiraria do jogo porque sinceramente o pessoal só usa ela nisso por falta de opção mesmo, já que o jogo claramente não foi feito com o X pelado em mente. Pois bem, sem Falcon Armor, você começa com o X pelado e tem que ir atrás das cápsulas se quiser alguma armadura, e o X pelado tem dash aéreo agora, assim como a Shadow Armor tem. Não só por causa das falhas de design do X6 original com aquelas áreas que exigem dash aéreo que a sua armadura de agora não tem, mas porque eu acho que todos terem o dash aéreo abre mais possibilidades de level design porque assim você não precisa ficar limitando os desafios montados em cima de dash por causa de um ou outro não ter esse movimento no ar.

Os Reploids resgatáveis agora vão ser apenas 5 em cada fase, cada um deles vai te dar uma part nova e eles vão estar bem escondidos, tanto pelo desafio de achar eles quanto por motivos de plot: Eles tão se escondendo em áreas seguras pra não serem pegos pelos Nightmare, só esperando resgate, e as fases vão seguir sempre o padrão de ter 2 Reploids escondidos no caminho normal e 3 no caminho alternativo pra dar mais incentivo de explorar todos os cantos do jogo. Os caminhos alternativos funcionam parecido com o do jogo original, exceto que você pode voltar pro caminho normal simplesmente pulando de volta no cristal que vai sempre estar lá no começo do alternativo.

Na primeira vez chegando ao fim de um caminho alternativo você enfrenta o Zero Nightmare e na segunda o High Max. Exceto que o High Max não seria um chefe chato do caralho impossível de danificar sem alguma arma secundária, ele teria mais padrões de ataque pra luta se manter interessante enquanto ela dura, e sofreria dano com o Buster normal sim, porém seria uma quantidade menor de dano do que atingindo ele com uma arma secundária logo depois do tiro do Buster. Então sim, a luta contra o High Max seria mais demorada usando só o Buster ou o Z-Saber normal, mas pelo menos seria possível de passar e você não ficaria preso nela. Na verdade, eu faria todas as lutas de chefe desse jogo serem diferentes, mas só descrevi o High Max em específico pra mostrar uma resolução pro negócio de ficar preso numa luta impossível de passar contra ele mesmo.

Enfim, depois do High Max, os caminhos alternativos vão ter um chefe específico pra cada fase no final, seria tipo a fonte do vírus do Nightmare que tá em cada uma das áreas dessas fases, e depois que você derrota esses chefes, as fases param de ser afetadas pelo Nightmare Effect e não tem mais chefe no final do caminho alternativo também. Apesar que nesse jogo nenhum Nightmare Effect vai chegar a deixar uma fase quebrada que nem o da escuridão ou o dos meteoros, mas as fases vão ficar mais difíceis com eles. Só que o benefício de jogar em uma fase com o Nightmare Effect é que você mantém o seu rank alto o suficiente pra equipar parts se conseguir passar dela. Independente de ter levado muito dano ou morrido sei lá quantas vezes, se você passou por uma fase que tava com o Nightmare Effect, então o seu rank vai ser no mínimo um B que te deixa equipar uma part, se tiver passado sem morrer ganha um A que te deixa equipar duas, se tiver passado sem morrer e rápido vai ser um rank S que permite equipar em todos os 5 slots. Sim, eu tô descartando esse sistema das almas dos Nightmare porque eu acho ele estúpido e não quero grinding no meu jogo de Megaman. Ao invés disso, se você quiser ter rank alto pra equipar parts, então você vai ter que jogar bem, passar das fases de forma mais eficiente pra manter o seu rank A ou S e assim poder equipar o maior número de parts, caso contrário, sem parts pra você.

Os 8 investigadores teriam uma mecânica igual a de Megaman Powered Up, onde derrotar os chefes sem as suas fraquezas significa que o X derrotou eles, mas não exatamente destruiu eles. Não, eles não viram personagens jogáveis depois, porém é importante não destruir nenhum deles se você quiser pegar o final bom desse jogo, então toma cuidado pro seu último tiro não ser o da fraqueza do chefe, porque se você destruiu um deles, você já perdeu a chance de ter o final bom.

Bem, isso é o que eu mudaria no gameplay. Não sei se ficou faltando alguma coisa, provavelmente ficou porque a minha memória não é lá a coisa mais confiável do mundo, mas tanto faz. Agora vamos refazer a história de Megaman X6 e transformá-la em algo decente!

Algumas semanas após o incidente da Eurasia, a humanidade agora vive no subsolo enquanto os Reploids trabalham na superfície terrestre pra torná-la habitável e restaurar o planeta ao que ele era antes. Perto do local onde houve a batalha contra o Sigma, um cientista chamado Gate encontra o que parece ser uma peça de um robô e leva ao seu laboratório pra analisá-la. Isso acaba o levando a ficar meio maluco, como se tivesse sido infectado pelo vírus dos Mavericks, dizendo que vai fazer com que todos paguem pelo que fizeram com ele. Então disso tem uma transição pra Alia, lembrando de alguns trechos do passado dela que aparentemente tem relação com o Gate, e o X que ainda não superou totalmente a morte do Zero, mas não tem tempo pra ficar chorando porque um Mechaniloid atacou uma área onde um grupo de Reploids trabalhava e o X precisa ir lá acabar com ele!

Com isso feito, uma espécie de fantasma que parece o Zero termina de destruir o Mechaniloid e logo em seguida aparece um Reploid misterioso chamado High Max, que alega que o Zero tá por trás disso tudo e acusa o X de ter conexão a um "Zero Nightmare" que aparentemente ele tá investigando. Os dois se enfrentam, mas o X não consegue causar nenhum arranhão no High Max e ele vai embora mandando o X não se intrometer nisso. Após essa briga, um robô cientista chamado Isoc dá um discurso dizendo que existe uma nova ameaça pro planeta com um novo vírus chamado de Nightmare, e que o principal suspeito por estar atrás disso é o Zero, mas a equipe dele junto com o High Max estão investigando esse fenômeno e precisam de ajuda de outros Reploids que se voluntariarem. Suspeitando disso, o X e os Maverick Hunters resolvem realizar a sua própria investigação também, indo pros oito locais com a maior concentração de Nightmare, onde também estão os oito investigadores que o Isoc enviou.

Depois de derrotar o primeiro investigador, X leva o corpo desativado dele pra base dos Hunters pra ser analisado e talvez conseguirem arrumar um jeito de combater o vírus do Nightmare presente dentro do corpo desse Reploid. Ele menciona que a Alia já foi uma cientista antes e pede pra ela ajudar a equipe nessa pesquisa, mas a Alia fica com receio e diz que prefere não se envolver com isso de novo, o que causa um certo estranhamento no X, mas não muito no Signas e no Douglas, que são companheiros dela há mais tempo que o X e sabem do passado dela com o Gate e tudo. O X decide não insistir no assunto e sai pra ir atrás dos outros investigadores, ressaltando que se possível é melhor simplesmente desativar eles e levar pra base pra serem analisados e talvez até e ter os vírus removidos dos corpos deles, afinal de contas todo esse tempo que ele ficou aí choramingando sobre Reploids terem que se destruir tem que levar pra alguma coisa, né.

Então a história vai caminhando, e caso o X não tenha derrotado o Zero Nightmare em um dos caminhos alternativos, um laboratório com atividades suspeitas vai ser encontrado depois de 4 investigadores forem derrotados e o X vai ter que ir lá pra investigar, e nisso ele encontra o Isoc em uma sala com o Zero Nightmare dentro de uma cápsula. É revelado que o Zero Nightmare não é nada mais, nada menos do que o corpo do Zero que o Isoc reconstruiu e reanimou com o vírus do Nightmare. Mas não, isso não significa que o Zero pode voltar de novo, porque o chip principal dele que continha as memórias, a personalidade e tudo o que tornava o Zero a pessoa que ele era, se perdeu pra sempre, o que tem aí é só um vírus usando a carcaça do Zero. Então, de uma vez por todas, depois de hesitar bastante, X destrói o corpo do melhor amigo dele que tá sendo usado pra fazer mal aos outros, e a partir daí começa a superar de vez a perda do Zero.

Então o X continua derrotando os investigadores, no meio disso o Signas e o Douglas conversam com a Alia sobre o passado dela em uma tentativa de ajudar ela a superar isso de vez e voltar a ser uma cientista. Alia era uma colega do Gate que trabalhava num laboratório dedicado a engenharia de Reploids, e desde que o X e o Zero tinham sido descobertos, o Gate ficou fascinado com a estrutura e o DNA dos dois e quis criar Reploids com atributos parecidos, o que foi bastante encorajado pela própria Alia, que até ajudou na criação de alguns deles, e a princípio isso fez o Gate ser muito bem reconhecido pelos outros. Porém, isso também causou inveja e até medo em outros membros do laboratório que acreditavam que as criações do Gate eram perigosas demais pra ficarem assim, então eles arrumaram um jeito de criar uma conspiração de modo que se livrassem dos Reploids avançados que o Gate criou. Eles criaram rumores falsos sobre os Reploids do Gate terem dado indícios de que podem estar virando Mavericks, a Alia acabou sendo convencida por esse pessoal que o Gate e os Reploids dele são perigosos e contribuiu com essa conspiração pra se livrar deles, sabotando o sistema de cada um e fazendo com que eles fossem destruídos ou considerados Mavericks de modo que fizesse o próprio Gate parecer o vilão da história.

Depois de ter sido traído pela sua própria companheira e ter seus Reploids destruídos, Gate desistiu de tudo e foi viver isolado em algum lugar da Terra sem dar mais nenhuma notícia pra ninguém. A Alia tentou entrar em contato com ele várias vezes sem sucesso e acabou desistindo, se sentindo arrependida e culpada pelo que ela acabou fazendo com o Gate e os Reploids dele, ela decidiu abandonar o trabalho de cientista e se tornar membro dos Maverick Hunters como uma forma de expiação, achando que combater Mavericks e impedir que eles causem mais estragos seria a única forma dela se redimir.

Então depois de derrotar os oito investigadores, a história pode chegar até dois finais diferentes: Se você destruiu um ou mais dos oito investigadores, você vai conseguir o final ruim, e se você conseguiu incapacitar todos os 8, você vai conseguir o final bom. Vamos falar como vai ser a rota do final ruim primeiro.

Se você não tiver incapacitado todos os oito investigadores, o X volta pra base, recebe a mensagem do Gate lá chamando ele pro pau e depois é informado que os cientistas não conseguiram achar um modo de tirar o vírus dos corpos dos investigadores que ele trouxe, então infelizmente tiveram que destruir todos eles. Obviamente, isso deixa a Alia bem abalada emocionalmente e o X acaba não tendo escolha se não ir lá pro laboratório do Gate acertar as contas com ele de uma vez por todas. A propósito, se você não derrotou o High Max em um dos caminhos alternativos antes de ir pro laboratório do Gate, então você vai enfrentar ele aí no laboratório, se derrotou, então vai ter outro boss mais genérico no fim da fase onde você enfrentaria o High Max, isso porque ele já tinha sido destruído lá em seja lá qual for o caminho alternativo de fase que você pegou.

Depois do Gate ter sido derrotado pelo X, o Isoc se revela como o verdadeiro vilão da história. O plano dele esse tempo todo era apenas usar o Gate como ferramenta pra criar um novo vírus usando o DNA do Zero como base, já que o próprio Zero não tinha mais como ser efetivamente trazido de volta. Apesar do Nightmare ser mais fraco do que o vírus original usado na criação do Zero, o Gate fez com que ele ele se tornasse bem mais controlável em comparação, deixando os Reploids infectados mais estáveis e obedientes ao criador do vírus, e com isso o Isoc poderia usar o vírus pra controlar todo e qualquer Reploid que ele quisesse infectar com ele, até mesmo os mais avançados como os investigadores que ele ajudou o Gate a reconstruir e infectou com o Nightmare. Então o Isoc mata o Gate ali mesmo e desafia o X pra uma última luta.

Depois de passar pela última fase, X se encontra com o Isoc de novo e o velho revela que era ele quem tava por trás de tudo o que aconteceu nos eventos dos jogos anteriores da série. Ele quem causou o incidente da Repliforce, e também foi ele quem salvou o Sigma de ser completamente destruído pelo antídoto do Dr. Doppler e construiu um último corpo pra ele, sendo assim o Isoc a pessoa de quem o Sigma falou lá no X5 antes da luta final contra ele.

Na realidade, o Isoc é é um robô criado pelo Dr. Wily, com uma IA programada pra agir como ele e também com todos os conhecimentos que o Dr. Wily tinha sobre o Zero e o vírus dos Mavericks colocados nele. A intenção original do Dr. Wily era que o Isoc continuasse o que ele havia começado com o Zero, trabalhando nele e consertando as instabilidades até que o Zero estivesse pronto pra enfrentar o Megaman e o Dr. Light. Porém, o Isoc acabou desobedecendo essa programação por também ter tido a personalidade traiçoeira do Dr. Wily transferida pra ele, e então apenas observou o Zero instável enfrentando o Sigma enquanto o vírus passou de um pro outro, e com isso ele resolveu usar o Sigma pra espalhar o vírus pra todos os outros robôs com a pretensão de criar um mundo apenas com Reploids. Na verdade, assim que o Sigma cumprisse seu objetivo, ele planejava usar o vírus pra controlar todos os Reploids, incluindo o Sigma, e assim ter tudo sob o seu domínio. E nisso começa a batalha final definitiva da série, uma resolução do conflito que existia desde a série clássica: Espelhando o Megaman contra o Dr. Wily, agora a batalha final é entre o X, sucessor do Megaman, contra o Isoc, sucessor do Dr. Wily.

Depois do Isoc ser derrotado, o X sai da base dele e encontra os outros Maverick Hunters que vão cumprimentá-lo pela sua vitória, todos prometendo que agora vão direcionar os esforços deles pra tarefa de reconstruir o mundo e tal. Porém, pro X isso foi uma vitória vazia, ele se sente um pouco mal pelo que aconteceu com o Gate e os Reploids dele, que ele nunca enxergou como más pessoas e queria genuinamente que tivesse um jeito de salvar eles, mas no fim das contas ele acabou só destruindo mais Reploids pra manter a paz, assim como fez antes. Depois desses eventos, a Alia saiu dos Maverick Hunters, possivelmente afetada pela morte do Gate, e o que acontece depois disso fica ambíguo.

Bem, esse foi o final ruim da história, agora a rota do final bom tem umas mudanças significantes.

O X traz todos os oito Reploids do Gate desativados pra base e manda pra equipe de pesquisa, a Alia observa o laboratório com eles lá e o X pergunta se ela realmente não quer voltar a trabalhar com isso. Ela resolve contar pro X sobre o que aconteceu no passado dela, sobre o Gate e sobre como ela se sente culpada até mesmo pela crise que eles tão enfrentando agora. Nisso, o X fala com ela sobre como ele também tem seus arrependimentos de como as coisas se desenrolaram no passado, todos os Reploids que ele teve que destruir por terem se tornado Mavericks, principalmente a morte do Zero que poderia talvez ter sido evitada se ele tivesse sido mais cuidadoso e não dado brecha pro Sigma acertar os dois com aquele raio. Mas apesar disso, ele precisa ser forte, encontrar o seu próprio jeito de seguir adiante e compensar esses erros, e a Alia estaria desperdiçando a oportunidade de consertar o erro dela se não ajudasse a equipe a trabalhar na restauração dos Reploids do Gate. Com isso, a Alia encontra motivação pra voltar a trabalhar como cientista e se junta a equipe de pesquisa.

Depois o X derrota o Gate e acontece o mesmo plot twist com o Isoc e tudo. Só que bem na hora que o Isoc vai matar o Gate, ele é atacado por ninguém menos que os oito investigadores que apareceram ali pra proteger ele. Eles tiveram o Nightmare removido deles graças a contribuição da Alia que levou a criação de um programa que combate o Nightmare diretamente, e vendo que ele não ia conseguir enfrentar todos os oito junto com o X, o Isoc se retira e o X pede pra que os investigadores levem o Gate pra fora da base e destruam qualquer vírus restante do Nightmare que eles encontrarem no local enquanto ele vai lá lutar contra o Isoc e acabar com isso de vez.

Então o X derrota o Isoc e esse é o fim dessa treta toda. Depois disso fora da base os oito investigadores tão lá com o Gate todo danificado, o X e a Alia vão até eles, sem intenção de fazer nada de ruim. O Gate pede perdão por toda a merda que ele causou recentemente, a Alia também se desculpa por ter sabotado as criações dele no passado. Nisso, o Signas aparece e convida o Gate a se tornar o chefe da divisão de pesquisa científica dos Maverick Hunters junto com a Alia, assim como também convida os investigadores a se juntarem aos Maverick Hunters e trabalharem junto com os outros pra reconstruir o mundo. Então durante os créditos vão contando o que aconteceu com cada um dos personagens aí, o X continuou se esforçando pra manter a paz sem mais nenhum inocente precisar ser sacrificado, os oito investigadores foram exercendo funções específicas na reconstrução do mundo baseado nas funções originais que eles exerciam no passado: Por exemplo, o Commander Yammark trabalhando com a preservação da natureza, o Rainy Turtloid se livrando da poluição, o Metal Shark Player trabalhando com análise e controle de DNA pra criação de Reploids mais eficientes, etc. E o Gate e a Alia passaram a trabalhar juntos pra aprimorar o programa que ela criou antes de modo que ele possa acabar com qualquer tipo de vírus definitivamente.

Assim que termina de passar os créditos do jogo... Você abre um modo extra, e é nada mais nada menos do que um modo história alternativo com um cenário não-canônico onde o Zero sobreviveu aos eventos do X5 e é o protagonista da história! Sim, é tipo o modo do Vile em Maverick Hunter X, o Zero é o único personagem jogável e o gameplay dele é praticamente a mesma coisa que o do X6 original, só que com a Sentsuizan trocada por uma arma que preste, por motivos óbvios. E como o Zero é o Zero e tá cagando e andando pra quantos Reploids ele destrói pra salvar o mundo, a mecânica de destruir ou não os investigadores não existe nesse modo, todos os Reploids derrotados pelo Zero são destruídos mesmo.

Como diabos o Zero teria sobrevivido ao final do X5 então? Uhhh... O holograma do Dr. Light de alguma forma conseguiu consertar ele também, eu acho. É, já que isso é basicamente um "what if" eu acho que posso tomar esse tipo de liberdade, e a história meio que se desenrola da mesma forma que a história canônica, só que com o Zero trabalhando sozinho e evitando contato com o X e os outros Maverick Hunters porque ele ainda se considera uma ameaça e pretende sumir assim que resolver essa treta. E assim ele o faz, depois do Isoc ser derrotado, o Zero desaparece e rola aquela cutscene dele com um cientista que coloca ele pra dormir e tal. Esse cientista é a única pessoa que sabe que o Zero não morreu e que foi ele quem acabou com a ameaça do Nightmare, mas prometeu que ia guardar segredo e espalhar que na verdade o vírus era incompleto e foi perdendo força com o tempo até sumir completamente, e que o Gate e o Isoc ficaram desaparecidos depois disso.

Então é isso... Isso seria como eu refaria Megaman X6, se eu pudesse fazer um fan game nessa linha, eu com certeza faria. Mas como eu não posso, então fica só com essa ideia mesmo... Se alguém aí quiser tentar fazer um jogo baseado nisso, boa sorte aí, eu apoio totalmente. Foi até divertido fazer isso, mais divertido do que jogar Megaman X6 inclusive.

"Mas e a série Zero, Rivaldo? Como ela vai acontecer com todas essas alterações na história dos jogos anteriores a ela?"

Ora, eu sei lá, porra! Cê acha mesmo que eu pensei tão adiante assim? Eu só queria dar um desfecho melhor pra série X, que se foda o que vem depois.

Se eu colocasse tanto esforço nas outras coisas que eu faço na vida quanto eu coloquei nessa merda toda que eu escrevi aqui, eu provavelmente seria uma pessoa muito melhor sucedida... De qualquer forma, eu não tenho total confiança nisso também, então quem ler isso e tiver críticas a fazer, faça, se achou algum furo ou coisa do tipo nisso tudo aí, me diga. Sugestões de como abordar as coisas, ou até de quais outros jogos abordar em posts assim, também são bem vindas. Dito isso, por hoje é só.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Review - Homem-Aranha (2002)


Bem, eu tinha que começar as reviews de filme de alguma forma. Na verdade, escrever sobre os filmes do Homem-Aranha no blog é algo que eu tinha vontade de fazer desde quando o blog antigo ainda tava vivo, mas na época eu preferia deixar pra lá porque achei que ficaria muito nada a ver com o blog, já que ele era só sobre jogos. Pois agora não tem mais essa restrição, então estou livre pra fazer review desse filme, de qualquer outro, até de filme pornô se eu tiver afim, caralhos! Não que eu vá fazer isso, provavelmente serei censurado pelo google se o fizesse, e eu quero que esse blog não seja atrapalhado por algo assim. Além do mais, ninguém nunca me pediu pra fazer review de pornô, mas dos filmes do Homem-Aranha sim, então é isso que teremos por hoje!

Não, isso não vai ser que nem as reviews de filme do blog antigo onde eu ficava narrando literalmente tudo o que acontecia no filme enquanto comentava, dá muito trabalho ficar tirando screenshot desse monte de coisa e os posts acabam ficando mais longos do que o necessário, tanto que eu tinha que dividir eles em duas partes. Então ok, as reviews de filmes vão seguir o mesmo modelo das outras, com spoilers quando eu precisar falar de cenas específicas e tudo, então você já sabe como funciona.

Enfim, houve uma época em que filmes baseados em HQ não eram moda e geralmente eram vistos de forma não muito diferente de como vemos filmes baseados em video games desde... Sempre. Os mais respeitados entre esses filmes eram provavelmente o Batman do Tim Burton e os dois primeiros Superman, a maior parte do resto era visto como piada tanto pelo público quanto os críticos. Eis que então nos anos 2000 isso muda pra sempre com uma leva de filmes de HQ que surpreenderam todo mundo com histórias bem escritas e orçamentos altos, tornando o gênero mainstream. Sem dúvida alguma, o maior destaque entre essa leva de filmes é o Homem-Aranha do Sam Raimi, que não só foi bem recebido como também foi um sucesso comercial absurdo mesmo comparado com os outros filmes dessa leva e gerou uma das trilogias de filmes mais famosas de todas.

Homem-Aranha é um filme bem importante pra mim, não só foi o primeiro filme que eu fui no cinema ver como também é o primeiro que eu comprei em DVD. Naquela época eu era completamente obcecado pelo Homem-Aranha por causa da série animada de 1994 que passava na TV, e também dos jogos de PS1 que eu jogava direto. Então quando eu soube que tavam fazendo um filme do Aranha e vi trailers dele passando na TV, eu melei a minha cueca toda e fiquei desesperado atrás de alguém que pudesse me levar pro cinema pra assistir isso. Felizmente, o meu tio ia ver com uns amigos dele e acabou me levando junto depois que eu enchi o saco dele o suficiente, e eu simplesmente adorei ter assistido aquilo no cinema, foi uma das experiências mais memoráveis da minha vida. Talvez isso mostre o quanto a minha vida não é empolgante pra um filme de herói passando no cinema marcar ela de alguma forma, mas foda-se também.

Vou admitir que não conheço muito do trabalho do Sam Raimi além dos filmes do Aranha e Um Plano Simples, sei que ele também é conhecido por Evil Dead e pretendo assistir os filmes dessa série também um dia, mas por enquanto vou ficar só por isso mesmo. Apesar disso, eu não tenho nada além de admiração por esse cara, a interpretação dele do Homem-Aranha é grande parte do motivo de esse ser um dos meus personagens fictícios favoritos de todos, especialmente o estudo de personagem brilhante que foi feito no Peter Parker com o segundo filme da trilogia. Mas como estamos falando do primeiro filme e não o segundo, melhor deixar o foco apenas nele então. E por acaso esse filme é tão bom quanto a gente lembra de ter sido lá em 2002? Conseguiria eu fazer um julgamento justo considerando o apego nostálgico da porra que eu tenho pelo filme? Vamos ver no que dá isso aí.

Após uma sequência de intro mais longa do que qualquer pessoa esperaria hoje em dia, somos apresentados ao nosso protagonista: Peter Parker, um nerd estudante do ensino médio que vive em Nova York e não tem lá a melhor das vidas escolares por sofrer bullying constantemente de quase todo mundo da sua sala e ter um amor não correspondido pela sua colega e vizinha desde a infância, Mary Jane Watson. Mas apesar disso, Peter ainda tem o apoio de pessoas como o seu melhor amigo, Harry Osborn, além dos seus tios Ben e May Parker com quem ele vive no momento. Mas a vida do Peter muda pra sempre quando a sua turma vai a uma excursão pra um laboratório de genética e ele acaba sendo mordido por uma aranha geneticamente modificada que havia escapado, o que dá a ele os poderes que todo mundo já sabe que o Homem-Aranha tem a esse ponto, e se você não sabe então procura no Google aí porque eu não vou citar cada um deles.

Mas eu vou falar sobre um desses poderes, porque eu sinto que é importante falar dele aqui. Sim, é sobre o Aranha ter teias orgânicas aqui ao invés de criar lançadores de teia com o super poder da ciência™ como nas HQs ou na série animada de 1994. Muita gente reclama disso até hoje em dia e... Eu não entendo essa reclamação, honestamente. Uma aranha modificada mordeu o Peter e deu a ele poderes baseados em aranha, é apenas lógico que, assim como uma aranha faz, ele também possa soltar teias de algum lugar...

Bem... Creio que se ele soltasse pelo cu ou alguma área próxima como as aranhas fazem, esse filme provavelmente não ficaria tão agradável assim de assistir, né? Mas também não tem motivo pra ele soltar teia por onde as aranhas soltam, porque ele não é uma aranha, ele não foi transformado em uma aranha e sim modificado com atributos de uma se juntando ao corpo humano dele. Vocês acham que faz mais sentido o cara criar atiradores de teia com aquela tecnologia insana sendo que ele é só um adolescente de classe média que vive com os tios? E como caralhos o Peter não é rico se ele é tão inteligente ao ponto de ser capaz de inventar uma bugiganga nunca antes vista como essa? As teias orgânicas fazem mais sentido e quem discorda é tão gay quanto o marido do Serra Osso, simples assim!

Pois bem, enquanto Peter dorme em seu quarto após se sentir meio zoado graças à picada da aranha, vemos então como andam as coisas com o cientista Norman Osborn, dono da corporação química Oscorp e pai do Harry nas horas vagas. Pois bem, as coisas não estão nada boas pro lado dele, pois a Oscorp tá quase perdendo um contrato militar pra concorrência e a única esperança do Norman é uma fórmula de super soldado que o seu assistente Dr. Stromm diz ser instável. Sem muito tempo restante pra trabalhar na fórmula e testar até ela ficar ok, Norman decide oferecer a si mesmo como a primeira cobaia humana a ser exposta à fórmula... E os resultados acabam sendo um pouco desastrosos, com ele ficando completamente louco das linguiça, desenvolvendo uma outra personalidade dentro de si e matando o Dr. Stromm. E não, de alguma forma a polícia nunca descobre que foi ele... Ou essa é a pior polícia do mundo, ou a outra personalidade que o Norman criou é um gênio do crime que conseguiu limpar toda e qualquer evidência que apontaria pra ele como suspeito.

Após ser picado pela aranha e no dia seguinte notar que o seu corpo ficou mais bombado, Peter acaba descobrindo seus poderes através de momentos onde o filme... Realmente abusa da nossa suspensão de descrença. Ele lança teia acidentalmente nas coisas no meio de um monte de gente da escola e de alguma forma ninguém percebe, além de dar um salto mortal no ar durante uma briga com o seu maior bully, Flash Thompson, e o mandar pra longe com um único soco. E então tem aquela cena hilária em que ele tenta lançar uma teia pra longe e balançar nela pela primeira vez e dá de cara com um outdoor, ele balança berrando lá de cima e aparentemente ninguém sequer olhou pra cima! Depois que o Homem-Aranha ficou conhecido, será que ninguém da escola sequer pensou na possibilidade de que ele poderia ser o Peter Parker? Tá certo que ele era o nerdão pro qual ninguém ligava, só que... Bem, eu não sei vocês, mas se eu visse um cara da minha escola soltando teia pelo pulso e dando cambalhota no ar como se não fosse nada, pra mim isso seria algo meio difícil de esquecer que aconteceu.

Então tá, Peter quer impressionar a Mary Jane e comete um ato de extrema gadice indo atrás de dinheiro pra comprar um carro apenas com esse propósito. Mas antes disso, o Tio Ben acaba tendo uma conversa com ele, provavelmente uma das cenas mais conhecidas do filme, "Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades" e tal, mas o Peter acaba sendo meio babaca com ele e se manda pra arena de luta livre onde ele pretende conseguir o dinheiro. Depois de ganhar a luta e receber muito menos dinheiro do que foi prometido, Peter deixa o assaltante que tinha ido lá escapar pra dar o troco nos caras e... Acabou que esse assaltante logo em seguida não só roubou o carro do Tio Ben como matou o velho. Após se vingar causando indiretamente a morte do meliante, Peter finalmente entende o que o Tio Ben quis dizer com aquela frase ao custo dessa grande perda, e a partir de então se torna de vez o Homem-Aranha, o herói popozudo com calça colada que nós conhecemos e amamos.

Daí pra frente a trama vai se desenrolando e vemos como andam as vidas dos personagens. Peter, Harry e Mary Jane se formaram e agora procuram seguir seus sonhos, Norman continua administrando a Oscorp e a Tia May continua lá cuidando do Peter e da casa deles. Honestamente, se tem algo que o Sam Raimi faz muito bem com esses filmes é mostrar de forma convincente como esses personagens são humanos, e eu não falo só do Peter com a sua vida dupla de super herói, mas também dos personagens secundários como a Mary Jane, o Harry e até mesmo o Norman. Os conflitos e dificuldades pelas quais eles passam são bem relacionáveis, assim como os seus objetivos de vida são coisas bem pé no chão, o Harry quer a aprovação do Norman que sempre foi um pai distante e se esforça pra eventualmente se tornar o sucessor dele, a Mary Jane quer ser uma atriz, mas não é tão simples assim e ela acaba trabalhando atualmente como garçonete num restaurante qualquer.

O filme faz um bom trabalho com foreshadowing de um possível conflito entre o Peter e o Harry já antes do final, quando você vê que o Norman trata o Peter mais como filho do que o próprio Harry, que fica visivelmente ressentido com isso, mas prefere agir como se nada tivesse acontecido pra não acabar criando conflito com o seu pai ou o seu melhor amigo que nem tem culpa disso de qualquer forma. Mas não só isso, o Harry também tava apaixonado pela Mary Jane, mas era uma relação unilateral, apesar dos dois terem concordado em sair juntos e tudo, ela não sente o mesmo por ele... Mas sim pelo Peter, e novamente o Harry guarda a mágoa pra si mesmo ao invés de colocar as relações com as pessoas importantes pra ele em risco. No entanto, até quando ele vai aguentar isso e sofrer calado pelo bem do Peter e dos outros? Bem, não no tempo desse filme, mas o arco do Harry continua no próximo e lá ele já é uma pessoa bem diferente do que ele demonstra ser aqui.

Mas talvez o meu personagem secundário favorito seja o Norman mesmo, todo mundo já sabe que ele é o vilão do filme graças à personalidade do Duende Verde que acabou se desenvolvendo na mente dele e tal. Mas eu quero me focar mais no Norman do que no Duende, até porque eu acredito que ele seja um personagem bem melhor, um dono de uma empresa grande dando o seu melhor pra manter ela como a principal do ramo e sendo pressionado a fazer algo que no fim das contas acabou mexendo com a sua cabeça e o transformando num vilão é um ótimo conceito pra um antagonista do Homem-Aranha que também é um herói bastante humanizado. É muito bom também que tenham mostrado essa origem do Duende acontecendo meio que ao mesmo tempo que o Peter foi mordido pela aranha, e da mesma forma que o Peter efetivamente se tornou o Aranha depois do incidente com o Tio Ben, o Norman fez o seu primeiro ato criminoso como Duende Verde interrompendo um experimento militar da empresa rival da Oscorp e matando todo mundo lá.

Percebe a dualidade entre os dois personagens? Enquanto o Peter sendo o Homem-Aranha passa a usar os seus poderes pelo bem dos outros, o Norman sendo o Duende Verde usa os seus em benefício próprio: Ele vai atrás da empresa rival da Oscorp e explode tudo lá, e depois quando acaba sendo traído pelos seus próprios companheiros da Oscorp que planejavam vender a empresa e chutá-lo de lá, a primeira coisa que ele faz é invadir o festival onde todos eles se encontraram e matar todos. Talvez o Peter se tornaria uma pessoa assim após a morte do Tio Ben se não fosse por esse último conselho que ele deixou, sendo um Homem-Aranha vingativo e egoísta que tira vantagem dos seus poderes pra se dar bem na vida e o resto que se foda. Essa temática de poderes e responsabilidade é a parte principal do filme, o Peter precisa lidar não só com a responsabilidade de ser o Homem-Aranha, mas também com o seu trabalho como fotógrafo freelancer no Clarim Diário, os seus sentimentos pela Mary Jane que só foram se intensificando na medida em que os dois interagiam mais, e também os seus estudos pra entrar em uma faculdade.

Claro, eu não poderia deixar de citar o chefe do Clarim, J. Jonah Jameson, que não tem exatamente tanta profundidade quanto os personagens mais centrais da história, com ele e a galera do Clarim sendo mais um tipo de alívio cômico, mas cada linha de diálogo que sai da boca do Jameson é puro ouro e não poderiam ter escolhido um ator melhor do que o J. K. Simmons pra interpretar esse maluco. E mesmo o Jameson ainda tem uns momentos sutis de caracterização além de só ser o chefe babaca do Clarim que quer acabar com o Aranha, quando o Duende invade o Clarim lá perguntando sobre quem tira as fotos do Aranha, o Jameson diz que não sabe quem é, mentindo pra proteger o Peter.

Na real, eu adoro como a grande maioria dos personagens desses filmes do Sam Raimi têm personalidade, mesmo aqueles que mal aparecem direito, você ainda acaba se lembrando deles porque eles têm uns momentos dignos de se lembrar. O anunciante lá das lutas livres mesmo, interpretado pelo melhor amigo do Sam Raimi inclusive, Bruce Campbell, com o pouco de tempo de tela que teve conseguiu ser tanto memorável quanto engraçado por causa de como ele fala na cara do Peter que "Aranha Humana" é uma boa bosta de nome e decide mudar pra Homem-Aranha ali na hora, o que acaba sendo o nome definitivo do alter ego do Peter. Inclusive isso de alívio cômico leva a um ponto que muita gente critica sobre esse filme e eu meio que nunca entendi, que é o fato de que aparentemente ele se leva muito a sério e o Homem-Aranha não faz piadinhas que nem nos filmes do Andrew Garfield e do Tom Holland.

Por acaso cês assistiram o mesmo filme que eu, caras? Porque o que eu assisti tem várias cenas de alívio cômico, no começo mesmo tem a já mencionada cena do Peter balançando na teia pela primeira vez, tem aquela montagem do Aranha balançando por aí e fazendo o que ele faz de melhor intercalado com pessoas aleatórias na rua falando em entrevistas o que eles acham do Homem-Aranha, e os comentários variam de opiniões positivas e negativas pra... Uma mulher falando que um cara com 8 braços seria sexy, outra comentando sobre a bunda dele e um caipira tocando violão enquanto canta sobre ele. E sim, o Homem-Aranha aqui pode até ser um pouco mais sério em comparação com o da HQ ou os interpretados pelos outros atores, mas pelo menos as poucas que ele faz são boas, nunca esqueci dele falando "Meu filho, deixa o papai e a mamãe conversarem, tá bom?" pro Jameson. Eu nunca vi esse filme como sério demais, e provavelmente o Raimi também não tinha intenção nenhuma de fazer isso ser um filme sério ou sombrio demais, as atuações meio exageradas do Tobey Maguire e do Willem Dafoe funcionam perfeitamente pra isso e emulam bem o modo como os personagens agem nas próprias HQs com as quais o Raimi está familiarizado, e isso é parte do charme.

Outra coisa que costumam criticar também é o romance entre o Peter e a Mary Jane, que se consiste nos dois tendo interações meio desajeitadas, especialmente no começo onde o Peter mal fala com ela direito e só fica olhando com cara de bobão. Bem... Sim, é assim mesmo, mas não é como se isso não fosse intencional. Já pararam pra pensar no fato de que o Peter é um nerdão que não leva muito jeito com garotas e a Mary Jane é provavelmente a primeira com quem ele teve uma interação direta? Pois é, não ajuda muito que ela é a garota de quem ele gosta também, é natural ficar meio nervoso e sem saber direito o que fazer em situações como essa, e ele vai aos poucos ficando menos batata com ela por perto na medida em que a história avança, apesar de alguns dos diálogos entre eles serem meio cafonas, não vou negar isso.

Além do mais, diferente dos outros caras com quem a Mary Jane se envolveu romanticamente no filme (Flash e talvez o Harry), o Peter gosta dela pelo que ela é, ele respeita o sonho dela de ser uma atriz e apoia isso, enquanto o Harry amava ela, mas provavelmente não compreendia esse lado dela, e o Flash provavelmente só tava afim de meter a rola nela mesmo. É uma relação natural, caras, a Mary Jane viu no Peter algo que os outros não tinham e começou a gostar dele também por isso, simples assim! Vale lembrar também que a Mary Jane tem pais abusivos que obviamente também não oferecem nenhum apoio pra ela, então o Peter com a atitude positiva e o apoio genuíno que ele oferece logicamente faria ela sentir algo especial. Eu só não gosto muito de como a Mary Jane... Bem... Ela grita... Muito. E precisa ser salva pelo Aranha umas 3 vezes no decorrer desse filme pra poderem construir um sentimento romântico dela com o alter ego do Peter, isso fica meio irritante com o tempo.

Não que eu ache que seja tudo perfeito e pretenda justificar cada coisa que apontam como ponto negativo desse filme. O Tobey Maguire é um puta dum ator e de longe o meu Aranha favorito dos cinemas, eu amo a emoção que ele coloca na performance dele e até mesmo as "Tobeyfaces" que viraram meme na internet, mas... Por algum motivo, toda vez que ele tenta fazer cara de choro, eu acabo achando a cara dele engraçada ao invés de ficar triste por ele chorar. A cena da morte do Tio Ben é muito boa, mas quando mostram de perto o Peter chorando, eu não consigo assistir isso sem dar uma risada nasal por causa da cara dele... Desculpa, Tobey. Também não gostei tanto assim da tentativa do Sam Raimi de injetar uns aspectos de filme de horror na direção dele pra isso aqui, como aquela caveira aleatória que aparece quando o Peter tá tendo aqueles pesadelos com o bagulho da aranha, ou os jump scares aleatórios do Duende, eu nunca me assustei e nem fiquei com medo ou tenso com nada disso, eu só achei meio engraçado e certamente fora de lugar nesse filme. A CG desse filme também não envelheceu lá muito bem, mas com exceção de alguns momentos específicos como a invasão do Duende no festival lá ou o Aranha Humana CG escalando os prédios, eu não acho que seja tão ruim assim.

Mas essas aí são só reclamações pequenas, não chegam a atrapalhar muito a minha experiência com o filme, são só umas coisas que poderiam ter sido melhores, inclusive a maioria delas são melhoradas no próximo filme da trilogia. Quando o filme se foca no Peter sendo o Homem-Aranha e interagindo com os outros personagens, mostrando as dinâmicas entre todos eles, ele tá no seu absoluto melhor, já que todos eles são bem escritos e caracterizados. O ritmo do filme também é ótimo, com os personagens e a história sendo estabelecidos rápido, mas não ao ponto de parecer rushado, considerando que a história desse filme em si é bem simples, o ritmo rápido funciona bem pra ela, provavelmente não funcionaria muito se esse fosse um filme com um enredo mais complexo.

Ver o Homem-Aranha balançando e fazendo acrobacias por aí é legal, apesar que os próximos filmes viriam a fazer isso bem melhor com truques de câmera mais variados, e também esse tem bem pouco do Aranha fazendo isso em comparação com os próximos. As cenas de ação são decentes, apesar do CG levemente datado, ainda há momentos bem memoráveis nas lutas como o Aranha desviando daqueles discos cortantes do Duende no prédio pegando fogo, a cena dele salvando as crianças no bonde e a Mary Jane ao mesmo tempo. E obviamente, a cena de luta final entre ele e o Duende, diria até que é a cena de luta mais brutal e intensa da trilogia toda, dá pra sentir o impacto de cada golpe que é dado nela e a primeira metade com o Duende atacando agressivamente enquanto o Aranha só tenta fugir e sobreviver deixa ele bem intimidador apesar a fantasia ridícula de vilão de Power Rangers. Eu nem preciso falar da trilha sonora, né? Acho que essa é uma das trilhas sonoras mais icônicas de filme de HQ.

O maior problema que eu tenho com esse filme, no entanto, é o vilão... Não o Norman Osborn, eu já falei sobre o porquê de eu considerar ele um ótimo personagem, mas o seu alter ego, o Duende Verde, que sendo completamente honesto, é sustentado pela performance espetacular do Willem Dafoe com todas as suas gloriosas expressões faciais exageradas (quando ele não tá com a máscara) e "sotaque" de vilão malvadão, o cara consegue fazer até a um vilão genérico e vazio como esse entreter as pessoas, e isso é bem impressionante. Acontece que o Duende tinha um objetivo claro no começo do filme, através dele o Norman caçava os seu rivais, assim como aqueles caras da própria Oscorp que traíram ele, basicamente qualquer pessoa que prejudicasse o Norman de alguma forma acabaria pagando por isso com a morte.

Depois que o pessoal que foi cuzão com o Norman foi tudo morto pelo Duende... Fica meio difícil entender o que exatamente ele quer fazer agora que de certa forma ele cumpriu o objetivo dele. Você imagina que depois de ter se livrado desses caras, o Norman ou o Duende... Honestamente não fica muito claro se ele é só uma personalidade alternativa do próprio Norman ou se ele é uma entidade diferente que divide um corpo com ele... Sei lá, mas de qualquer forma, você imaginaria que ele ficaria quieto e se voltaria pro trabalho, fazendo com que a Oscorp prospere mais do que nunca agora que os principais obstáculos que tavam no caminho dela foram tirados. Mas não, ele continua botando a roupa do Duende e voando por aí enquanto faz merda, possivelmente pra chamar a atenção do Homem-Aranha.

Mas... Qual é o objetivo dele agora mesmo? Ele tenta convencer o Aranha a se juntar a ele, mas... Pra que? O Aranha ajudaria ele no que exatamente? Ele tinha algum plano de dominar Nova York ou algo assim? Ele só diz umas coisas pro Norman sobre ter "poder" ou algo assim, mas isso nunca é elaborado. Poder pra que? Que tipo de poder? Como assim, maluco? E com o Aranha ele tem um ponto até decente sobre como as pessoas de Nova York com o tempo vão se voltar contra ele, e é exatamente isso que acontece... Mas isso não responde as outras perguntas, só mostra que o Duende é no máximo uma ferramenta pro próprio Peter Parker se desenvolver e ter algum grande vilão pra enfrentar no filme. A impressão que fica é que o Duende é um vilão que é mau porque sim, mas o filme tenta fazer parecer que tem mais sobre ele do que isso com essas dicas extremamente vagas de algum objetivo que ele possa ter além de só ser mau, parece uma tentativa de dar substância a um vilão que não tem muita, e seria mentira se eu dissesse que adiantou muita coisa.

Certo, você pode dizer que quando o Aranha enfrentou ele lá no festival, ele desenvolveu uma espécie de vendeta pessoal contra o cabeça de teia aí e resolveu que vai infernizar a vida dele. Nesse caso... Depois que ele descobre que o Peter é o Homem-Aranha, por que diabos ele não matou a Tia May quando teve a chance ao invés de só dar um susto nela? Eu tenho certeza que perder a tia dele, a única figura parental que sobrou depois que o Tio Ben morreu, ia deixar o Peter completamente abalado, talvez ele até poderia desistir de ser o Homem-Aranha com isso! Mas ele não faz isso, e também não faz nada quando bota o Peter naquela situação de salvar a Mary Jane ou salvar as crianças. Eu entendo que ele não queria matar o Peter, talvez só atormentar ele ou no máximo fazer com que ele vá pro seu lado em seja lá qual diabos é o objetivo dele... Mas não acha que jogar uma bomba no bonde com as criancinhas que o Peter tá tentando salvar enquanto a Mary Jane tá pendurada lá, fazendo com que os dois que ele tentava salvar se percam e provando o ponto dele de que ser um herói não compensa, faria sentido? Bem, pro Duende não, eu acho.

O pior é que apesar disso aí... O Duende ainda é um vilão memorável. Como eu disse, a performance do Willem Dafoe ajuda bastante, graças a ela várias das frases que o Duende solta no decorrer do filme acabam sendo bem quotáveis. Aquela cena do jantar de ação de graças também é sensacional, tem tanta tensão naquele simples momento com o Norman/Duende analisando o Peter e chegando perto de descobrir que ele é o Homem-Aranha. Também gosto do fato de que as últimas palavras que ele diz antes de morrer são "Não conte ao Harry", mostrando que apesar de não parecer, no fundo ele se preocupava com o seu filho e não queria que ele soubesse que ele era um assassino esquizofrênico que explode coisas por aí. E o fato de que o Harry vê o Homem-Aranha deixando o Norman morto lá na casa dele e assume que foi ele mesmo quem o matou, é um cliffhanger perfeito pro rumo que o arco de personagem do Harry vai tomar nos próximos filmes!

Enfim... Sobre o Duende, eu meio que gosto dele especificamente por causa do Willem Dafoe e de como ele afeta o desenvolvimento do Peter e do Harry. Ele como personagem por si só? Meh...

O final desse filme como um todo faz um trabalho excelente em mostrar o quanto o Peter, a Mary Jane e o Harry progrediram como personagens, ao mesmo tempo que estabelece o material pro próximo filme seguir. No enterro do Norman, Harry jura vingança contra o Homem-Aranha, Mary Jane confessa os sentimentos dela pro Peter e ele resolve abrir mão disso pra proteger ela dos inimigos do Homem-Aranha, e não há ato mais responsável do que abrir mão do que você sempre quis há muito tempo pra que a pessoa que você mais ama não acabe sofrendo mais.  Não tenho porra nenhuma pra reclamar dos eventos que ocorrem da luta final em diante, é um dos meus finais de filme favoritos, dessa trilogia talvez seja o meu final favorito... Ou não, fico na dúvida entre esse e o final do segundo filme, mas de qualquer forma é um final pra ninguém botar defeito!

Ok, se você quer um pouco de nitpick, eu vou fazer. O Peter beija a Mary Jane e ela meio que percebe que tem algo no beijo dele que faz com que ela se lembre do beijo que o Homem-Aranha deu nela bem antes quando a salvou dos bandidos... E isso é uma das coisas que o próximo filme meio que nunca toca, indicam que ela talvez ache que o Peter é o Homem-Aranha e fica por isso mesmo, é como se esse momento nunca tivesse acontecido. Mas ainda assim, isso é só quando você leva o próximo filme em consideração, como parte da história contida nesse filme aqui, e apenas nesse, não tem nada de errado com essa cena... E honestamente, eu gosto da ideia de que outros personagens aí no fundo sabiam que o Peter era o Homem-Aranha. Há indicações que a Tia May sabia e preferiu manter as coisas assim porque sabe que ele tenta fazer a coisa certa, e possivelmente o Jameson fez as conexões também, mas não diz nada e usa as notícias tendenciosas do Clarim como incentivo pro Peter, vendo que ele tá tentando fazer alguma diferença na cidade. Agora... Eu não sei que motivo a Mary Jane teria pra manter isso em segredo dele, vai ver ela só gosta de drama mesmo.

Enfim... Homem-Aranha é um ótimo filme, independente da minha nostalgia por ele, por mais que os plebeus incultos que não gostam da trilogia do Sam Raimi hoje em dia gostem de ficar usando esse argumento idiota. É claro que eu sinto nostalgia, mas além disso, eu consigo ver perfeitamente bem quando uma obra tem paixão por parte dos criadores, um esforço legítimo pra fazer aquilo ser o melhor que conseguirem fazer com que seja, e Homem-Aranha é uma dessas obras. Sim, a história é um tanto simplista e tem certos aspectos não tão bem executados, além de um vilão fraco em comparação com o resto do elenco composto de personagens complexos e bem realizados. O que dá vida a esse filme é justamente esse elenco, as melhores histórias do Homem-Aranha raramente são sobre a história em si, mas sim sobre os personagens, os seus objetivos, as suas relações e dinâmicas, e o Sam Raimi entendeu muito bem isso. Mas é claro que ele entenderia, afinal de contas ele é um grande fã do personagem desde as HQs antigas.

Nota: 8

 
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